

O Bob tah com tudo. O filme sobre sua vida e a visitinha ao Brasil estão todas programadas para o começo do ano.
ainda de música....
Esses dias atrás caí de pára-quedas em um show de Carlos Careqa. Não é um nome muito conhecido no meio musica comercial, do qual ainda "Skanks" e "Jquests" da vida ainda tomam conta, na verdade ele vai na contramão de tudo isso. As suas peças de teatro, músicas o seu jeito de apresenta-se ao público, irreverentes, já conquistou o lado oposto há muito tempo. O cara está circulando com o espetáculo "Á espera de Tom", onde Careqa interpreta, em português, as músicas de Tom Waits. Careqa é extremamente engraçado e varia o timbre de sua voz em intervalos de tempo curtissímos: vai do grave para o fino, para o esgarniçado e volta para o grave (semelhante à voz de Tom). Além de possuir letras incríveis é um sujeito muito doce . Tive o prazer de conhecer e receber conselhos astrológicos e psicológicos dele. Faz algum tempo que fui ao seu show, queria ter postado antes. Hoje folhando a "Bravo!" de dezembro, deparo, justamente, com uma crítica do espetáculo. Eu não conhecia o Tom Waits, antes. Confesso que depois disso tudo não sei se gosto mais do Tom Waits interpretado por ele ou do verdadeiro!
http://www.myspace.com/carloscareqa - ouçam suas músicas
Bem modesta essa produção. Queria alguns milhões para fazer o mesmo.
Há uma dorzinha que se sente bem no meio do coração quando se leva um fora, como uma pequena bolha que entope um átrio ou um ventrículo; não há na cultura, laica ou secular, dos liberais aos monges tibetanos, o conhecimento preciso de como extirpar essa dorzinha. Uns dizem que só o tempo cura, outros que só um novo amor, já ouvi dizer que a dor é um processo cósmico e tudo faz parte do mesmo uno nos levando a acreditar que dor e alívio são todos componentes da mesma sensação ou seja não existe dor, e por aí vai. Então, se você vai se arriscar – porque ela é linda, ela é demais – é aconselhável antes um check-up, pois tudo que dói combina com morte, e depois de morto, já sabe, não tem volta. Pros incréus, dois exemplos significativos:
Caso nº 1: a escada.
Jorge foi naquela festa já sabendo que ela estaria lá. O ambiente prometia, era uma dessas festas onde todo mundo pega todo mundo e o conceito de ficar atinge mares nunca dantes navegados. Nesse caso, não importa o preço, não importa que a long-neck custe cinco pila, porque sempre se sai com um souvenir. Mas Jorge não é o que se chama de colecionador – Don Juan passa longe – logo comprou uma bebidinha antes pra esquentar sem chegar trocando as pernas. As músicas tocaram, as luzes piscaram, e lá pelas duas da manhã ele encontrou seu benzinho recostado no corrimão da escada. Troca de olhares, tudo com muito amor, estrelas piscando no céu lá fora, sequer trocaram palavras. Toda longa caminhada começa com um passo a frente, e depois desse passo Jorge se viu pendurado no pescoço de sua amada. Dois beijos depois, ainda com aquele sorriso bobo colado nos lábios, ele ouve a primeira manifestação da garota:
“Vou descer pra procurar minha amiga.”
“Vou contigo.”
“Deixa que eu procuro sozinha.” – e se desvencilhando, desce sem o rapaz.
Daí, já viu, aquela pontada começou a crescer dentro do coraçãozinho de Jorge, a ponto de ele trocar a esquerda pela direita e cucar o terceiro, o segundo e o primeiro degrau da escada, em seqüência. Resultado: fratura da terceira vértebra, traumatismo craniano, luxação do pulso direito e um canino a menos.
Caso nº 2: nosso apartamento.
Tenho pouco medo de afirmar que, de boa fé, só se começa um relacionamento tendo em vista sua permanência e estabilidade. Tiago e Caio namoraram por seis meses até decidirem morar juntos, e tendo decidido, assim foi por uns bons três anos. Mas, apesar da boa fé e de se darem bem, nem toda permanência tende ao infinito. Desta feita, Caio escolheu um nublado dia de inverno para “conversar” com Tiago, porque sempre se escolhem dias nublados para essas conversas por criarem um certo mood, como nos filmes. E como na ficção, Caio já havia preparado suas malas, reservado um hotel e, feito grande arquiteto de seu destino, esperava sentado do outro lado da mesa. O então pequeno e franzino Tiago varou porta a dentro já pressentindo sua desgraça e carregando no olhar tanta aflição a ponto de quase fazer Caio desistir de seu intento. Porém, decidido que estava, o algoz largou sua caneca de chá de marcela com mel e hortelã, para em seguida proferir as seguintes palavras:
“Tiago, eu vou ser direto porque acho que é a maneira mais justa de se fazer isso. A verdade é que não quero mais morar contigo, alguma coisa se perdeu e não há mais motivo para continuarmos juntos. É bastante frustrante, eu sei, e por algum tempo acredito que não devíamos sequer nos falar, mas... – e chorou – eu... – soluçou – bem... foi muito bom te conhecer, é uma pena que já não seja... eu já não possa... adeus.”
Levantou-se e foi embora. Tiago ainda gaguejava alguns sons esquisitos, balançava a cabeça e dava passos sem destino pela casa quando a porta se fechou. A dor aumentava enquanto ele chorava em seu leito conjugal, quando, no fim de suas forças, espumou e teve um derrame. Encontraram seu corpo gelado ainda na mesma posição fetal três dias depois, fedendo.
O caso era simples: escolheu o livro pelo tamanho.
*resposta da globo para comentário: "calúnias requentadas".
Mahmoud Ahmadinejad, o número dois no governo iraniano, foi participar da Assembléia Geral da ONU. Quis aproveitar para visitar o Ground Zero, onde ficavam as torres gêmeas, mas não foi possível, apesar de o local estar dentro do raio de 25 milhas de distância em que os diplomatas e representantes internacionais têm assegurado direito de transitar. Seria curiosidade de turista? Muita propaganda foi feita sobre os memoriais ali construídos. Eu também gostaria de conhecer o lugar. Ou será que é orgulho de artista? Infelizmente a polícia de Nova Iorque não permitiu a visita. Daria muito trabalho. É um lugar aberto. Imaginem o tumulto... muita confusão. Melhor evitar.
Em uma fantástica demonstração de liberdade de expressão, Ahmadinejad foi convidado a falar na Universidade Columbia, criando grande alvoroço. Dizem por lá que os ingressos para assisti-lo esgotaram mais rápido que os ingressos para show do Bruce Springsteen. A universidade estava prestes a realizar um experimento antropológico. Nem a mulher barbada e o homem que engolia vespas conseguiram atrair tanta atenção. As filas só não eram maiores que as do zoológico. Alguns setores da população ganharam as ruas em protesto. Carregavam placas e faixas ao redor do campus enxotando o inimigo. O próprio presidente da Universidade Columbia, Lee C. Bollinger, abriu os trabalhos com um ataque verbal forte, descortês e nada sutil ao presidente iraniano. Não era preciso. Era uma excelente oportunidade para conhecer melhor o líder persa, uma oportunidade para mostrar-lhe o que o Ocidente tem a oferecer. Que orgulho! Uma civilização que permite ao suposto inimigo exibir suas idéias contra a mesma civilização que o recebe! Fico satisfeito ao ver um crítico do Ocidente participando de nossos rituais democráticos. Fico feliz ao ver que ainda existem universidades autônomas, livres de pressões governistas, universidades que privilegiam o conhecimento e não temem os métodos democráticos. Quem diria que um eminente líder de um país totalitário participaria de uma Assembléia Geral e de um debate universitário! Um repórter não desfruta dessas regalias no Irã. Um iraniano não desfruta dessas regalias no Irã. Um iraniano no Irã pode falar livremente sobre todos os assuntos, menos o que é proibido. Excetuando algumas proibições, são livres! Um lugar maravilhoso! Mulheres livres para exercerem seus deveres e obedecerem as leis religiosas! Homens livres para trabalharem corretamente pela grandeza da nação! Jovens livres para estudarem o que quiserem entre as opções oferecidas pelo governo e sobre a grandeza iraniana.
Ahmadinejad é louco, mas não é burro. Moderou seu discurso. Não respondeu as provocantes perguntas do Sr. Bollinger da mesma forma que faria em casa. Esquivou-se dos ataques com habilidade, coisa que já não se vê mais por aqui, desconversou, evitou vaias e ainda falou sobre o amor a todos os povos.
A Universidade Columbia perdeu uma excelente oportunidade de aplicar um antígeno contra pandêmico patógeno da burrice, a mais mortífera e contagiosa inópia humana. Quantos alunos necessitados estão reunidos em Nova Iorque! Aulas de história, sociologia, política, direito internacional, comércio internacional, economia e tudo aquilo que falta naquelas cacholinhas ocas. No currículo também constaria geografia, conhecimento de extrema necessidade aos campeões das gafes. Já imagino o professor apontando no globo terrestre e dizendo: “Austrália e Áustria são dois lugares diferentes. Um fica na Oceania, perto da Indonésia. O outro, lá na Europa, perto da Alemanha. O oceano Atlântico...”