domingo, 23 de setembro de 2007

uma brecha...

Há menos de um ano, o coordenador do curso de Comunicação Social trouxe na sala de aula algumas revistas desconhecidas para nós, aspirantes a jornalistas metidos a achar que revista mesmo são apenas aquelas triviais da editora Abril, globo... Ele mostrou um universo, considerável, do jornalismo “anônimo” para nós, entre elas as antiguíssimas O Cruzeiro, Realidade, outras não tão velhas assim com Caros Amigos, e a revista em que servirá de tema para o post de hoje, a Piauí.




Em suma, sem critério algum, todas dividiam o mesmo visual; estranhas para qualquer ser humano acostumado com o formato Abril. O tamanho assusta. A diagramação e a textura do papel lembram jornais, o conteúdo tem uma linguagem esquisita, dificilmente são bem recebidas logo de cara.

Nunca fui de comprar revistas, as que eu normalmente leio são trazidas pela minha mãe, emprestada da biblioteca da empresa onde ela trabalha ou da biblioteca da faculdade. Não tenho paciência em saber, datalhadamente, a morte mais significativa do mês ou a trajetória do avião, do ônibus, dos terroristas, no maior acidente da história, até a próxima quinzena. O resto? Também não me interessa a ponto de comprá-las. Se a minha intenção é mesmo ser jornalista? É mas comecei a estabelecer algumas opiniões sobre o jornalismo impresso, inclusive o jornal, mas isso é assunto para um outro post “normal”.

Quando recebi a Piauí na minha mesa, em uma daquelas sextas-feiras à noite, em que você gostaria de estar em qualquer lugar do mundo, mesmo que fazendo nada, menos na sala de aula da faculdade, eu e a revista “principiamos” uma relação de desconfiança, preconceito e grosseria – pelo menos da minha parte. É como se colocassem um filho nos teus braços e dissessem, “toma, que o filho é seu”, sem ao menos você ter ficado grávida, sabe? Mais ou menos assim. Fiquei com a revista durante alguns minutos sem entender como deveria ser lida, por onde começaria e sobre o que, exatamente, ela se tratava. Não, não é simples assim. Normalmente é pelo começo, eu sei, mas eu mantenho uma insuportável mania de saber aonde estou pisando.






Primeiro um ritual muito particular: ler as revistas de trás para frente, não me perguntem o porquê. Deslizo as mãos nas folhas para sentir a sua textura e a essência, feito, talvez e por que não, uma cega. Percebo as fotos, nas quais não são exatamente fotos, mas um punhado de imagens misturadas, desenhos, montagens com cores de gosto bastante duvidosas... Lembro-me que a primeira tinha o Che Guevara estampado na capa com uma camiseta, obviamente vermelha, mas com a cara do Bart Simpson! Pensei, “deve ser uma revista de humor fácil”. Depois, retornando ao meu ritual, a primeira “matéria” tinha a intenção de ser religiosa, a figura e o editorial não dava outra margem: “O limbo não passa de um telogúmeno”. Hã? Continuando... “ O que a libertinagem, a franqueza, as salas de espera e, talvez, a irmãzinha do Papa têm a ver com o destino das crianças inocentes”.

“Mas que merda é essa?” Falei em voz baixa. Óbvio que eu poderia simplesmente ter acabado com a dúvida lendo a matéria. Continuei imaginando o que viria pela frente ou melhor dizendo, por trás. A seguinte matéria, aliás, a que vinha antes, dizia, de uma forma ainda mais enigmática. “aí é luta, patuléia – uma desavença fonética opõe a jovem guarda aos palindromistas tradicionais, seria ´Acena vanessa!’ aceitável?”
Desta vez foi em alto e bom tom...
Continua...

2 comentários:

Dona Paula. disse...

troquei a bravo! pela piauí. sem desmerecer a primeira, mas a segunda me conquistou. ui!

Mr. Jåµë§ ßønd disse...

-= Eu gostei... achei aqui na banca da PUC e sou assíduo do site desde então.