Marcou uma geração inteira como guerrilheiro que lutava, vejam bem, contra a ditadura de Fulgêncio Batista (1901 - 1973) e, suponho, pela liberdade ao lado de um assassino hippie e meio maluco que até hoje tem o rosto estampado em camisetas.

Durante uma luta guerrilheira nos moldes tradicionais, Fidel e seu grupo pouco a pouco conquistaram espaço e, com a fuga de Batista, surgiu um governo provisório que logo também cairia. Em 25 de abril, Fidel Castro afirmava que era contra o comunismo, pois se opunha a todas as formas de ditadura. Após ver os E.U.A. negarem apoio, Fidel estabelece contato com Nikita Krushchev e passa a receber forte apoio material dos russos bem debaixo do nariz de Eisenhower. Mais de um milhão de cubanos fugiram para Miami, quando Fidel, em represália às políticas estadunidenses, nacionalizou grandes propriedades agrícolas. Depois da desastrada invasão da Baía dos Porcos orquestrada pela CIA, em que, semanas antes, aproximadamente dez mil cubanos foram mantidos presos em estádios de futebol sob suspeita de serem opositores ao regime, Fidel anunciou-se marxista-lenista e declarou que Cuba adotaria o regime comunista. A resposta americana: o embargo.
Como reação à instalação de mísseis americanos na Túrquia, Krushchev resolveu instalar mísseis R-12 Dvina, conhecidos pela OTAN como SS-4 Sandal, um míssil de médio alcance com capacidade para carregar armas nucleares, desencadeando a crise dos mísseis que paralisou de medo todas as nações.
O agora velho, o ditador Fidel ainda usa uniformes militares e o discurso revolucionário. Em nome de sua revolução, durante a primeira década do regime de Fidel, mais de 85 mil (87.o73) foram mortos, segundo a Truth Recovery Archive on Cuba. 5640 no esquadrão de fuzilamento, 1203 assassinados extra-judicialmente, 2199 morreram nas prisões (inclui-se aqui os torturados), 198 desaparecidos e mais de 75 mil balseiros. Isso significa que além dos 9240 mortos pelo Estado cubano, há mais setenta e tantas mil pessoas que julgaram que a melhor solução para os problemas de suas vidas seria se jogar no mar e NADAR até outro país. Esses números correspondem apenas aos casos documentados. Muitos cubanos não-revolucionários, em que se inclui homossexuais e outras minorias, foram presos sem julgamentos em Unidades Militares de Auxilio a Produção, o que não passa de um eufemismo para "campo de concentração com trabalhos forçados".
O revolucionário Fidel - apesar da fama de austero, enriqueceu durante seu domínio sobre a ilha e tem uma fortuna estimada em mais de meio bilhão de dólares - deixa o poder como ditador sem tempo de vida para cumprir a pena de prisão que merece por crimes contra a humanidade. Não há dúvida nem ambigüidade: Fidel entra para a história ao lado de criminosos como Stálin, Pol Pot, Idi Amin, Hitler, Fulgêncio Batista, Franco, Fujimori, Ho Chi Minh, Mussolini e todos aqueles que fizeram do assssinato uma ferramenta contra a liberdade. A marca que Fidel deixa é a de um ditador duro, sangüinário, responsável por mais de 85 mil mortes, pelo aprisionamento da ilha e pelo fim das liberdades do povo cubano.
3 comentários:
Belíssimo texto!
E pensar que ainda tem gente que apóia essas "coisas". Tsc.
muito bem, muito bem!
O jogo de contrastes entre discursos e práticas foi muito bem utilizado no teu texto. Entretanto, o resultado disso foi uma caricatura, apagando as relação existentes entre cuba e os estados unidos e as do governo cubano com seu povo, desde 1901. Foi no contexto destas relações que a aposta no comunismo se mostrou a mais apropriada para conquistar a liberdade frente ao domínio norte-americano. Aposta essa, concordando contigo, aparentemente fracassada.
Outra coisa: entre os criminosos enumerados no último parágrafo, gostaria de relacionar também alguns dentre os chefes de Estado dos maiores países terroristas do mundo (quais sejam, EUA, Inglaterra e Israel), como os Bush pai e filho, Simon Perez, Bill Clinton e Tony Blair. Por isso, acho que esse "se fué" só vai ser soar em forma de alívio quando não for mais possível aparecerem ditadores sanguinários (sejam comunistas, sejam liberais), coisa que parece possível só com o fim do capitalismo... e isso já começa a cheirar a papo de comunista, hehehe.
o texto tá interessante (só não entendi porque você não colocou o Mao na lista), mas ainda mais interessante tá o comentário do luciano!
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