Ela não sabe o que dizer de sua própria pretensão de desvendar e transmitir a sua eloqüência só pelo jeito olhar. Ela não sabe ser outra. Musa, dilacerada, coração vertiginoso, derradeiro, não se aventura sem antes calcular sua passagem sem medir milimetricamente a sua conduta, imoral. O seu passo é curto, rápido e certeiro. Nada a impede de desvendar quaisquer absurdos do seu meio social fútil. A sua delicadeza visceral, atormenta, permite verter, judiciosamente, um fio de cicuta em suas palavras. A sua sombra transcorre, escorre pelos cômodos, invade permanece, gruda, corroí. Por onde ela passa propaga escuridão, como tal a frieza do desapego de suas ações. A mulher que não está, necessariamente, em corpo, físico, presença em perfume, carne ou seu Chanel alinhado, mas na hostilidade da sugestão, no soar das vogais e consoantes do seu nome que provoca, destrói...
Incerta textura da paisagem: a musa jogada no tapete de pele, em sua sala principal... uma piteira ao lado e dezenas de devaneios espalhados ao seu redor. A princesa do flerte. A segurança inquestionável em seus gesto intimidava os seres inanimados à os que de frente estruturados não se cabiam de aversão. Balbuciava seus sonetos de Elegia a frente de um piano, ela era só, contra todos. Ela, no seu quarto, no seu palco, uma cena de auto flagelo na frente do espelho que a condena, ela repele. O espelho dirige a imagem de uma dama e aprisiona alguma desconhecida. Será uma vilã, será uma vítima...
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5 comentários:
Sobre ser chato:
Nem o dicionário virtual Priberam nem meu minidiocinário Aurélio prevém a existência de algo como "virtiginosa". Mas eu sei que já vi essa palavra em outro lugar. Dúvida besta.
Devia não postar comentários em estado de consciência alterado.
é você tem razão. é vertiginosa.tudo bem, era 4 horas da amnhã quando escrevi.
um crédito?
-= Detalhes, detalhes. Coisa de teclado com defeito.
Tudo bem, o comentário só surgiu depois de uma passadinha no bar.
Ah, minha vida boêmia.
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